Acordei
confusa. Não sabia direito se a noite anterior foi um sonho ou se realmente
aconteceu. Olhei no relógio, já era passado do meio dia. Meu pai já tinha saído
para trabalhar, obviamente. Peguei o telefone e me sentei no sofá da sala. Eu
queria ligar para ele, mas nem sabia ao certo o que dizer, eu nem sabia por que
estava ligando, eu estava desesperada. Disquei seu número, o telefone começou a
chamar, eu estava nervosa, comecei a torcer para que ele não atendesse.
- Alô. – A voz
dele parecia mais grossa no telefone.
- Alô Oliver
sou eu, Jéssica.
- Como você
está minha linda? – Sorri ao ouvir “minha linda”.
- Estou bem e
você?
- Estou muito
bem. Ontem à noite foi maravilhoso.
- É foi
realmente maravilhoso.
- Você quebrou
as regras. – Juntei as sobrancelhas sem entender.
- Como assim? Que
regras? – Perguntei confusa.
- Quem deve
ligar primeiro é o homem e não a mulher. – Sorri.
- Eu gosto de
quebrar as regras de vez em quando. – O tom de minha voz era sarcástico.
- Desliga o
telefone e vamos fazer do modo tradicional. – Antes que eu pudesse dizer alguma
coisa Oliver desligou o telefone. Alguns segundos depois meu telefone tocou.
- Alô. – Falei.
- Alô Jéssica,
como você está?
- Bem e você? –
Respondi sarcástica.
- Bem também. O
que acha de vim na minha casa agora?
- Seu bobo. –
Ri baixo.
- Estou falando
sério. Minha mãe e meu pai foram viajar. Estou sozinho aqui, queria sua
companhia.
O sorriso da
minha cara desapareceu. Será que Oliver só queria se aproveitar de mim? Eu
estava com medo de me magoar, e se ele não gostasse de mim? E se ele não fosse
quem eu pensava que era? Eu não sabia o que dizer.
- Jéssica você
está ai? – Pulei de susto, eu me esqueci que Oliver esperava minha resposta no
telefone.
- Estou,
desculpa me distraí. Você está falando sério?
- Claro que
estou. Detesto ficar sozinho em casa, queria muito sua companhia. Eu vou ai te
buscar e falo com seu pai, se você quiser. – Pensei um pouco.
- Está bem. –
Se ele só queria se aproveitar de mim era a chance de eu descobrir. Eu estava
realmente gostando dele e se ele estivesse me enganando eu tinha que descobrir
antes de me iludir.
- Estou indo.
Até daqui a pouco. – Esperei ele desligar o telefone.
Como eu sabia
que meu pai tinha gostado de Oliver, não ia me preocupar de Oliver ter que
falar com ele. Escrevi um bilhete, avisando que eu ia passar à tarde com Oliver
e deixei encima da mesa. Nem me preocupei em me arrumar. Fiquei esperando
Oliver chegar, o que não demorou muito. Oliver bateu na porta e eu a abri. Ele
estava todo lindo, com uma cara de sono e um sorriso que me hipnotizava. Ele se
aproximou de mim e me deu um beijo.
- E então
vamos? – Perguntou ele.
- Sim. –
Respondi enquanto fechava a porta.
Quando chegamos
em seu carro ele como sempre tão gentil e cavaleiro abriu a porta do carro para
eu entrar. Seguimos para sua casa. Eu ficava tentando imaginar como era a casa
dele. Não demorou muito até que chegássemos, a casa era totalmente diferente do
que eu imaginei, em minha mente eu visualizava uma casa enorme e sofisticada, com
janelas grandes de vidro, mas era uma casa simples, mas muito bem ajeitada, nas
janelas cortinas com estampas de flores, a mobília parecia bem antiga, mas tudo
em ótimo estado, as paredes tinham um tom de verde claro e muitos quadros
pendurados.
- Está com
fome? – Oliver perguntou.
- Um pouco. –
Me lembrei de que acordei tarde e não tinha almoçado.
- Vou preparar
alguma coisa para nós, você pode entrar naquela porta marrom ali, é meu quarto,
fique à vontade. – Disse ele apontando para uma porta marrom no fim do corredor.
- Está bem. –
Fui em direção à porta, abri e entrei. O quarto dele era arrumado, muito mais
arrumado do que o meu, normalmente quartos de adolescentes são bagunçados, mas
o dele era extremamente organizado. A parede estava cheia de fotos, de pessoas,
animais e paisagens. Me distraí olhando as fotos, ele surgiu com refrigerante e
sanduíches atrás de mim.
- Você que
tirou estas fotos?- Perguntei, ainda olhando para as fotos na parede.
- Sim. Sou
fotógrafo. Ainda não profissional, mas um dia serei.
- São muito
boas. – Falei ainda admirando as fotos na parede.
Oliver agarrou
minha cintura e me virou de frente para ele, colocando suas mãos em minha
cintura novamente, eu coloquei meu braço que não estava engessado em volta de
sua nuca e ficamos abraçados, ele mantinha cuidado com meu braço quebrado. Meu
coração começou a bater mais forte, ficamos nos olhando em silêncio. O rosto dele
era perfeito, seus olhos verdes brilhavam olhando para mim.
- Você é tão
linda. – Sussurrou ele em meu ouvido. E logo em seguida me beijou. Suas mãos
envolviam meu corpo, me apertando cada vez mais ao corpo dele. Os movimentos de
nosso beijo parecendo ensaiado de repente foi acelerando o ritmo. Eu comecei a
empurrá-lo para a cama, com o braço bom, ele não resistiu então foi fácil, enquanto
deitávamos na cama nossos lábios não se desgrudavam. Minhas veias pareciam
estar pegando fogo. Eu queria o corpo de Oliver, o desejo era maior do que meu
autocontrole. Quando finalmente consegui abrir o primeiro botão da camiseta dele,
ele segurou minha mão e parou de me beijar, me levantei de cima dele confusa.
Ele ficou calado.
- O que
aconteceu? Achei que você queria que eu viesse aqui para isso. – Julguei sua atitude.
- Não Jéssica.
Eu queria que você viesse para ficar comigo, para me fazer companhia, eu gosto
de você de verdade, queria poder ter você todos os dias ao meu lado.
- Mas... –
Tentei protestar.
- Eu sei que você deve ter pensado que sou
igual aos outros garotos que só querem usar as garotas, mas não, eu não sou
assim. Eu quero ter um relacionamento sério com você. – Ele me
interrompeu.
- Mas se gosta
de mim porque não quis continuar? – Perguntei confusa.
- Por que eu
não quero que isso seja deste jeito. Tem que ser especial.
- Então você é
virgem? – Perguntei, incrédula.
- Sim. – Ele
respondeu timidamente.
- Que ótimo,
pois eu também sou. – Segurei sua mão, ele olhou para mim e nós dois sorrimos.
- E então não
estava com fome? Vamos comer os sanduíches e depois tenho uma surpresa para
você.
- Que surpresa?
– Perguntei.
- Vamos comer
primeiro depois você verá qual é a surpresa. – Ele protestou.
- Estou com
medo, detesto surpresas. – Murmurei.
- Porque detesta
surpresas?
- Porque na
maioria das vezes elas são ruins. – Reclamei.
- Não se
preocupe a surpresa que tenho para você é boa. – Disse ele pegando os sanduíches
e os copos de refrigerante.
Ficamos
sentados na cama, comendo os sanduíches e tomando o refrigerante. Eu não
conseguia parar de pensar na surpresa que Oliver tinha para mim. Ele gostava de
mim tanto quanto eu gostava dele, agora eu tinha certeza disso porque ele me
provou com sua atitude. Eu estava mais do que certa que estava apaixonada por
ele, mas dizer eu te amo não combinava
comigo, pra dizer a verdade eu nem sábia se algum dia conseguiria dizer está
frase para alguém. Enquanto eu terminava de comer meu sanduíche, Oliver
brincava com meu cabelo.
- Pronto
terminei de comer, agora, por favor, me diz qual é a surpresa antes que você me
mate de curiosidade. – Protestei.
- Curiosa.
Fique ai então que eu vou buscar a sua surpresa. – Ele sorriu para mim, se
levantou da cama e foi buscar a minha surpresa. Fiquei olhando para as fotos na
parede novamente, eram tantas e tão belas que era impossível não olhar. Oliver
estava demorando, comecei a ficar impaciente, não conseguia imaginar o que
seria a tal surpresa.
- Voltei. –
Oliver surgiu, escondendo algo nas costas. Supostamente minha surpresa. Fiquei
tentando olhar o que era, mas ele não deixava.
- Feche os olhos.
– Ordenou ele.
- Está bem. – Obedeci.
Fechei meus olhos e esperei a surpresa... Continua....