Capa do Livro

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Quem sou eu

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Parobé, Rio Grande do Sul, Brazil
Kah Sykes = Maio de 1995, tattoos, cheese, coca cola, friends, sex, Bring me the horizon, Asking Alexandria, Falling In Reverse, A Day To Remember, Sleeping With Sirens, Pierce The Veil...

"Nunca pensei muito em como morreria,

Mas acho que morrer no lugar de alguém que eu amo

Seria uma boa maneira de partir."

Bella Swan – Crepúsculo

terça-feira, 24 de julho de 2012

4. Cuidados‎


Acordei confusa. Não sabia direito se a noite anterior foi um sonho ou se realmente aconteceu. Olhei no relógio, já era passado do meio dia. Meu pai já tinha saído para trabalhar, obviamente. Peguei o telefone e me sentei no sofá da sala. Eu queria ligar para ele, mas nem sabia ao certo o que dizer, eu nem sabia por que estava ligando, eu estava desesperada. Disquei seu número, o telefone começou a chamar, eu estava nervosa, comecei a torcer para que ele não atendesse.
- Alô. – A voz dele parecia mais grossa no telefone.  
- Alô Oliver sou eu, Jéssica.
- Como você está minha linda? – Sorri ao ouvir “minha linda”.
- Estou bem e você?
- Estou muito bem. Ontem à noite foi maravilhoso.
- É foi realmente maravilhoso.
- Você quebrou as regras. – Juntei as sobrancelhas sem entender.
- Como assim? Que regras? – Perguntei confusa.
- Quem deve ligar primeiro é o homem e não a mulher. – Sorri.
- Eu gosto de quebrar as regras de vez em quando. – O tom de minha voz era sarcástico.
- Desliga o telefone e vamos fazer do modo tradicional. – Antes que eu pudesse dizer alguma coisa Oliver desligou o telefone. Alguns segundos depois meu telefone tocou.
- Alô. – Falei.
- Alô Jéssica, como você está?
- Bem e você? – Respondi sarcástica.
- Bem também. O que acha de vim na minha casa agora?
- Seu bobo. – Ri baixo.
- Estou falando sério. Minha mãe e meu pai foram viajar. Estou sozinho aqui, queria sua companhia.
O sorriso da minha cara desapareceu. Será que Oliver só queria se aproveitar de mim? Eu estava com medo de me magoar, e se ele não gostasse de mim? E se ele não fosse quem eu pensava que era? Eu não sabia o que dizer.
- Jéssica você está ai? – Pulei de susto, eu me esqueci que Oliver esperava minha resposta no telefone.
- Estou, desculpa me distraí. Você está falando sério?
- Claro que estou. Detesto ficar sozinho em casa, queria muito sua companhia. Eu vou ai te buscar e falo com seu pai, se você quiser. – Pensei um pouco.
- Está bem. – Se ele só queria se aproveitar de mim era a chance de eu descobrir. Eu estava realmente gostando dele e se ele estivesse me enganando eu tinha que descobrir antes de me iludir.
- Estou indo. Até daqui a pouco. – Esperei ele desligar o telefone.
Como eu sabia que meu pai tinha gostado de Oliver, não ia me preocupar de Oliver ter que falar com ele. Escrevi um bilhete, avisando que eu ia passar à tarde com Oliver e deixei encima da mesa. Nem me preocupei em me arrumar. Fiquei esperando Oliver chegar, o que não demorou muito. Oliver bateu na porta e eu a abri. Ele estava todo lindo, com uma cara de sono e um sorriso que me hipnotizava. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo.
- E então vamos? – Perguntou ele.
- Sim. – Respondi enquanto fechava a porta.
Quando chegamos em seu carro ele como sempre tão gentil e cavaleiro abriu a porta do carro para eu entrar. Seguimos para sua casa. Eu ficava tentando imaginar como era a casa dele. Não demorou muito até que chegássemos, a casa era totalmente diferente do que eu imaginei, em minha mente eu visualizava uma casa enorme e sofisticada, com janelas grandes de vidro, mas era uma casa simples, mas muito bem ajeitada, nas janelas cortinas com estampas de flores, a mobília parecia bem antiga, mas tudo em ótimo estado, as paredes tinham um tom de verde claro e muitos quadros pendurados.
- Está com fome? – Oliver perguntou.
- Um pouco. – Me lembrei de que acordei tarde e não tinha almoçado.
- Vou preparar alguma coisa para nós, você pode entrar naquela porta marrom ali, é meu quarto, fique à vontade. – Disse ele apontando para uma porta marrom no fim do corredor.
- Está bem. – Fui em direção à porta, abri e entrei. O quarto dele era arrumado, muito mais arrumado do que o meu, normalmente quartos de adolescentes são bagunçados, mas o dele era extremamente organizado. A parede estava cheia de fotos, de pessoas, animais e paisagens. Me distraí olhando as fotos, ele surgiu com refrigerante e sanduíches atrás de mim.
- Você que tirou estas fotos?- Perguntei, ainda olhando para as fotos na parede.
- Sim. Sou fotógrafo. Ainda não profissional, mas um dia serei.
- São muito boas. – Falei ainda admirando as fotos na parede.
Oliver agarrou minha cintura e me virou de frente para ele, colocando suas mãos em minha cintura novamente, eu coloquei meu braço que não estava engessado em volta de sua nuca e ficamos abraçados, ele mantinha cuidado com meu braço quebrado. Meu coração começou a bater mais forte, ficamos nos olhando em silêncio. O rosto dele era perfeito, seus olhos verdes brilhavam olhando para mim.
- Você é tão linda. – Sussurrou ele em meu ouvido. E logo em seguida me beijou. Suas mãos envolviam meu corpo, me apertando cada vez mais ao corpo dele. Os movimentos de nosso beijo parecendo ensaiado de repente foi acelerando o ritmo. Eu comecei a empurrá-lo para a cama, com o braço bom, ele não resistiu então foi fácil, enquanto deitávamos na cama nossos lábios não se desgrudavam. Minhas veias pareciam estar pegando fogo. Eu queria o corpo de Oliver, o desejo era maior do que meu autocontrole. Quando finalmente consegui abrir o primeiro botão da camiseta dele, ele segurou minha mão e parou de me beijar, me levantei de cima dele confusa. Ele ficou calado.
- O que aconteceu? Achei que você queria que eu viesse aqui para isso.  – Julguei sua atitude. 
- Não Jéssica. Eu queria que você viesse para ficar comigo, para me fazer companhia, eu gosto de você de verdade, queria poder ter você todos os dias ao meu lado.
- Mas... – Tentei protestar.   
 - Eu sei que você deve ter pensado que sou igual aos outros garotos que só querem usar as garotas, mas não, eu não sou assim. Eu quero ter um relacionamento sério com você. – Ele me interrompeu.  
- Mas se gosta de mim porque não quis continuar? – Perguntei confusa.
- Por que eu não quero que isso seja deste jeito. Tem que ser especial.
- Então você é virgem? – Perguntei, incrédula.
- Sim. – Ele respondeu timidamente.
- Que ótimo, pois eu também sou. – Segurei sua mão, ele olhou para mim e nós dois sorrimos.
- E então não estava com fome? Vamos comer os sanduíches e depois tenho uma surpresa para você.
- Que surpresa? – Perguntei.
- Vamos comer primeiro depois você verá qual é a surpresa. – Ele protestou.
- Estou com medo, detesto surpresas. – Murmurei.
- Porque detesta surpresas?
- Porque na maioria das vezes elas são ruins. – Reclamei.    
- Não se preocupe a surpresa que tenho para você é boa. – Disse ele pegando os sanduíches e os copos de refrigerante.  
Ficamos sentados na cama, comendo os sanduíches e tomando o refrigerante. Eu não conseguia parar de pensar na surpresa que Oliver tinha para mim. Ele gostava de mim tanto quanto eu gostava dele, agora eu tinha certeza disso porque ele me provou com sua atitude. Eu estava mais do que certa que estava apaixonada por ele, mas dizer eu te amo não combinava comigo, pra dizer a verdade eu nem sábia se algum dia conseguiria dizer está frase para alguém. Enquanto eu terminava de comer meu sanduíche, Oliver brincava com meu cabelo.
- Pronto terminei de comer, agora, por favor, me diz qual é a surpresa antes que você me mate de curiosidade. – Protestei.    
- Curiosa. Fique ai então que eu vou buscar a sua surpresa. – Ele sorriu para mim, se levantou da cama e foi buscar a minha surpresa. Fiquei olhando para as fotos na parede novamente, eram tantas e tão belas que era impossível não olhar. Oliver estava demorando, comecei a ficar impaciente, não conseguia imaginar o que seria a tal surpresa.
- Voltei. – Oliver surgiu, escondendo algo nas costas. Supostamente minha surpresa. Fiquei tentando olhar o que era, mas ele não deixava.
- Feche os olhos. – Ordenou ele.
- Está bem. – Obedeci. Fechei meus olhos e esperei a surpresa... Continua....